A dua é essencialmente
submissão a Deus
e um sinal de nossa necessidade por Deus. A dua foi
chamada de arma do crente porque aumenta a fé, dá esperança e conforto
ao
angustiado e salve aquele que suplica do desespero e isolamento. E,
talvez o mais importante, Deus ama que recorramos a Ele e nos
encoraja a chama-Lo em todas as nossas necessidades e desejos.
O renomado sábio muçulmano Imam Ibn
al-Qayyim descreveu a dua da seguinte maneira: “A dua
e orações para buscar refúgio em Deus são como uma arma e uma arma é tão boa
quanto a pessoa que a está usando; não é simplesmente uma questão do quão
afiada ela é. Se a arma é perfeita e livre de
defeitos, o braço da pessoa que a usa é forte e não há nada para impedi-la,
então ela pode destruir o inimigo. Mas se uma dessas
características não estiver presente, o efeito será deficiente na mesma
proporção”.
É nossa incumbência ao fazermos dua que
seja da melhor maneira possível. Como uma forma de
metaforicamente afiarmos nossa espada, devemos nos esforçar para clamar a Deus
da melhor maneira e com os melhores modos. Existe
etiqueta para fazer dua. Seguir essa etiqueta é uma
indicação de que uma pessoa é sincera e está se esforçando para maximizar suas
chances de ter a dua aceita por Deus, que diz que
“ouvirei o rogo do suplicante quando a Mim se dirigir.”
Uma crença firme e inabalável na
unicidade de Deus é um ingrediente essencial para a dua. A sinceridade e disposição sinceras de aceitar que somente Deus é
capaz de mudar o curso dos eventos ou conceder pedidos também são necessárias.
O suplicante deve chamar por Deus ansiosa e urgentemente, mas
deve permanecer humilde e quieto sem exasperar-se ou entediar-se.
O profeta Muhammad, que Deus o louve, gostava de dizer sua súplica três vezes e também pedia perdão três vezes.
Louvar a Deus da forma que Ele merece
ser louvado é o ponto de partida para uma pessoa fazer dua. Quando o profeta Muhammad estava sentado, um homem entrou, orou e
disse: "Ó Deus, perdoe-me e tenha misericórdia de mim."O profeta Muhammad o ouviu e disse:
“Você foi muito apressado, adorador. Quando tiver orado e estiver sentado, louve a Deus da forma como Ele merece ser louvado, envie bênçãos para mim e então chame por Ele.”
O profeta Muhammad também recomendou levantar as mãos ao fazer dua.
Disse:
“Seu Senhor, que Ele seja abençoado e exaltado, é Gentil e Generoso, e é gentil demais para deixar que Seu servo, se elevar suas mãos para Ele, voltar de mãos vazias.”
Louvar a Deus da forma
que Ele merece
ser louvado essencialmente significa reconhecer Sua Unicidade. Ele é o
Primeiro, o Último, o Começo e o Fim. Somente Ele tem o Poder e a
Força. Reconheça
isso e envie bênçãos para o profeta Muhammad, antes de suplicar a Deus.
Quando o suplicante interage com Deus,
deve fazê-lo com humildade. Deus nos diz no Alcorão
que a humildade é uma qualidade desejável e que um crente deve chamar por seu
Senhor com um misto de esperança e temor. Esperança de
que Deus ouvirá sua dua e o manterá livre dos testes e tribulações e temor de
que suas ações desagradarão seu Senhor.
Invocai vosso Senhor humílima e intimamente.(Alcorão 7:55)
Um procurava sobrepujar o outro nas boas ações, recorrendo a Nós com afeição e temor, e sendo humildes a Nós.
E recorda-te do teu Senhor intimamente, com humildade e temor, sem manifestação de palavras, ao amanhecer e ao entardecer, e não sejas um dos tantos negligentes.
As melhores horas para fazer dua
incluem logo antes de Fajr (oração da alvorada), na última terça parte da
noite, durante a última hora de sexta-feira (ou seja, a última hora antes da
oração de magrebe), quando está chovendo e entre o chamado para a oração e o
iqamah (o chamado para levantar imediatamente antes de a oração começar).
Outro momento excelente para fazer dua é quando o crente está
em prostração.
O crente deve se esforçar para usar as
palavras mais claras e concisas ao oferecer suas súplicas. As melhores duas são as usadas pelos profetas, entretanto, é
permissível dizer outras palavras de acordo com necessidades específicas do
suplicante. Existem muitas coleções maravilhosas de
duas autênticas e os crentes devem tomar cuidado extra para autenticar as duas
que usam para suplicar a Deus.
Ao fazer dua é importante dizer duas
autênticas encontradas no Alcorão ou tradições do profeta Muhammad ou as
palavras que espontaneamente vêm à mente quando se busca proteção ou perdão de
Deus. Não é permissível estabelecer seu próprio
horário específico, local ou número de repetições. Fazê-lo
seria um ato de inovação na religião do Islã e esse é um assunto muito sério.
Por exemplo, quando
alguém se volta
para Deus em sua hora mais triste ou em um momento de alegria, deve
falar do
seu coração com sinceridade e amor. Uma pessoa nunca
deve temer conversar com Deus, colocar para fora o que está em seu
coração,
seus anseios, amor, temores e desejos. Entretanto, se
começar a fazer rituais estranhos, como fazer uma dua 30 vezes na
quarta-feira
após a oração de Asr, começa o problema. Como regra
geral a dua deve ser espontânea ou autenticamente narrada. Não é
complicado. O Islã sem rituais e superstições feitas pelo homem
é pura devoção a Deus, fácil e reconfortante.
Para fechar esse
artigo da semana
menciono situações nas quais a dua tem probabilidade de ser aceita.
Essas situações incluem quando alguém é mal tratado ou oprimido,
está viajando, jejuando, em necessidade desesperada e quando um
muçulmano faz
dua por seu irmão ausente.
[1] Abu
Dawood, An-Nasai
[2] At-Tirmidhi
[3] Abu
Dawood