O Islã é um modo de vida abrangente e a
moralidade é um dos fundamentos do Islã. A moralidade é uma das fontes fundamentais
da força de uma nação, assim como a imoralidade é uma das principais causas do
declínio de uma nação. O Islã estabeleceu alguns direitos básicos universais
para a humanidade como um todo, que devem ser observados em todas as
circunstâncias. Para manter esses direitos o Islã proveu não apenas as
salvaguardas legais, mas também um sistema moral muito eficiente. Assim, o que
leva ao bem-estar do indivíduo ou da sociedade e não se opõe a nenhuma das
máximas da religião é moralmente bom no Islã e o que é prejudicial é moralmente
ruim.
Dada sua importância em uma sociedade
saudável, o Islã apoia a moralidade e questões que levam a ela e fica no
caminho da corrupção e questões que levam a ela. O princípio orientador para o
comportamento de um muçulmano é "Atos virtuosos". Esse termo cobre todos os
atos, não apenas os atos de adoração. O Guardião e Juiz de todos os atos é o
próprio Deus.
As características mais fundamentais de
um muçulmano são a piedade e a humildade. Um muçulmano deve ser humilde com Deus
e com as outras pessoas:
"E não vires o rosto às gentes, nem andes insolentemente pala terra, porque Deus não estima arrogante e jactancioso algum. E modera o teu andar e baixa a tua voz, porque o mais desagradável dos sons é o zurro dos asnos."
Os muçulmanos devem ter controle sobre
suas paixões e desejos.
Um muçulmano não deve ser vaidoso ou
apegado aos prazeres efêmeros desse mundo. Enquanto a maioria das pessoas
permite que o mundo material encha seus corações, os muçulmanos devem manter
Deus em seus corações e o mundo material em suas mãos. Ao invés de serem
apegados ao carro, ao emprego, ao diploma e à conta bancária, todas essas
coisas se tornam ferramentas para nos fazer pessoas melhores.
"Dia em que de nada valerão bens ou filhos, Salvo para quem comparecer ante Deus com um coração sincero."
Princípios da moralidade no Islã
Deus resume retidão no versículo 177 da
surata Al Baqarah:
"A virtude não consiste só em que orientais
vossos rostos até ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é a de quem crê
em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem
distribuiu seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes, órfãos,
necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos (escravos). Aqueles
que observam a oração, pagam o zakat, cumprem os compromissos contraídos, são
pacientes na miséria e na adversidade, ou durante os combates, esses são os
verazes, e esses são os tementes (a Deus)."
Esse versículo nos ensina que a retidão
e a piedade são baseadas antes de tudo em uma fé verdadeira e sincera. A chave
para a virtude e boa conduta é uma relação forte com Deus, Que tudo vê, em
todos os momentos e em todos os lugares. Ele conhece os segredos dos corações
e as intenções por trás de todas as ações. Portanto, um muçulmano deve ter
moral em todas as circunstâncias; Deus está ciente de cada um, quando ninguém
mais está. Se enganarmos a todos, não podemos enganá-Lo. Podemos fugir de
qualquer um, mas não Dele. O amor e consciência contínua de Deus e o Dia do
Juízo capacitam o homem a ter moral na conduta e sinceridade nas intenções, com
devoção e dedicação:
"De fato, o mais honrado entre vós aos olhos de Deus é o mais temente..."
Então vem os atos de caridade com os
outros, especialmente dando coisas que amamos. Isso, como os atos de adoração,
orações e zakat (caridade obrigatória), é parte integral da adoração. Uma
pessoa virtuosa deve ser confiável e digna de confiança.
Finalmente, sua fé deve ser firme e não
diminuir diante de adversidades. A moralidade deve ser forte para vencer a
corrupção:
"E Deus ama aqueles que são
firmes e perseverantes."
A paciência é com frequência mais
difícil e bela quando vai contra nossos próprios desejos ou raiva:
" Emulai-vos em obter a indulgência do vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos céus e da terra, preparado para os tementes."
Esses três atos estão entre as coisas
mais difíceis para a maioria das pessoas, mas também são a chave para o perdão
e o paraíso. Não são os melhores, aqueles capazes de exercitar a caridade
quando eles próprios passam por necessidades, de se controlar quando estão
zangados e perdoar quando foram injustiçados?
Esse é o padrão pelo qual as ações são
julgados boas ou más. Ao fazer do agrado a Deus o objetivo de todo muçulmano,
o Islã estabeleceu o padrão de moralidade mais alto possível.
A moralidade no Islã aborda cada
aspecto da vida de um muçulmano, desde as saudações até as relações
internacionais. É universal em seu escopo e em sua aplicabilidade. A
moralidade reina nos desejos egoístas, na vaidade e nos maus hábitos. Os
muçulmanos não devem apenas ser virtuosos, mas também devem encorajar a
virtude. Não devem apenas abster-se do mal e do vício, mas também proibi-lo.
Em outras palavras, não devem apenas ser moralmente saudáveis, mas também devem
contribuir para a saúde moral da sociedade como um todo.
"Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Deus. Se os adeptos do Livro cressem, melhor seria para eles. Entre eles há fiéis; porém, a sua maioria é depravada."
O Profeta, que a misericórdia e bênçãos
de Deus estejam sobre ele, resumiu a conduta de um muçulmano quando disse:
"Meu Sustentador me deu nove
comandos: permanecer consciente de Deus, em público ou em privado; falar de
maneira justa, esteja zangado ou satisfeito; demonstrar moderação estando pobre
ou rico, reunificar a amizade com aqueles que se afastaram de mim; dar ao que me
rejeita; que meu silêncio deva ser ocupado com pensamentos; que meu olhar deva
ser uma admoestação e que eu ordene o que é certo."